Publicado por Maykon
Dia 26 de Fevereiro de 2019
Mudança no Bilhete Único exigirá acordo entre funcionários e patrões
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), publicou no sábado (23) um decreto que provoca mudanças no uso do Bilhete Único Vale-Transporte.
De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem do R7, a alteração é vista de maneira positiva, mas vai exigir acordos entre funcionários e empregadores, principalmente daqueles que moram mais distante do trabalho.
Ainda segundo o decreto, estudantes e trabalhadores autônomos que utilizam o Bilhete Único Mensal não serão afetados pelas mudanças.
O decreto estabelece que o usuário da modalidade vale-transporte tem 3 horas para fazer até dois embarques nos ônibus municipais, utilizando apenas uma tarifa de R$ 4,30. Hoje, o vale-transporte permite que o usuário embarque em até quatro ônibus durante 2 horas.
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“Essa mudança irá impactar, diretamente, na relação de empregadores e funcionários de uma empresa. As pessoas que moram mais distante do trabalho devem tentar uma negociação com o patrão para que ele, exercendo a função e o dever, pague a condução do empregado no sentido casa-trabalho e vice-versa, porque a prefeitura não vai mais arcar com esse custo”, explica o engenheiro e especialista em trânsito e tráfego da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas Luiz Vicente.
Segundo o decreto, nos domingos e feriados, a integração poderá ser feita em até quatro embarques no período de oito horas, desde que a última recarga tenha sido feita no valor mínimo de quatro tarifas. Outro trecho do texto permite à SPTrans “promover a exploração econômica de publicidade nos cartões do Bilhete Único, em qualquer de seus perfis, modalidades e categorias”.
A medida, na visão do ex-secretário de Transportes de São Paulo, Getúlio Hanashiro, é um jeito para que a prefeitura da cidade mais rica do país arrecade mais dinheiro. “É um avanço porque diminui a quantidade de subsídio que é repassado para as empresas de ônibus. Sobra muito pouco para o órgão público, para fazer mais investimentos e custear ao mesmo tempo”, justifica. “A mudança vai impactar uma parcela da sociedade, que é quem usa mais o cartão e mora mais distante do trabalho, mas é uma parcela pequena.”
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