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Internacional MaykonMaykon 25 Fevereiro 2019 (322)

Ainda há espaço para negociar saída de Maduro do poder na Venezuela

Para a professora de Direito Internacional da USP Maristela Basso é preciso aumentar a pressão contra a Venezuela e apostar na diplomacia

Ainda há espaço para negociar saída de Maduro do poder na Venezuela

A professora de Direito Internacional da USP (Universidade de São Paulo) Maristela Basso considera precipitada qualquer discussão em que seja colocada invasão militar como forma de restaurar a paz na Venezuela e retirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

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Na reunião desta segunda-feira, em Bogotá, dos países que integram o Grupo de Lima, o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, defendeu o aumento da pressão diplomática contra o regime de Maduro. Para Mourão, é possível encontrar uma solução "sem qualquer medida extrema".

Já o vice-presidente do Estados Unidos, Mike Pence, disse que as ações para o bloqueio de bens do presidente venezuelano e seu grupo vão aumentar, mas afirmou que "todas as opções estão à mesa" para "restaurar a liberdade" aos venezuelanos. Pence mandou um recado aos militares leais a Maduro: "Apoiem o presidente Juan Guaidó ou não terão vida fácil."

 

Para a professora Maristela Basso, uma ação militar seria equivocada pelo risco de transformar um conflito regional em internacional, além de todas as consequências impostas pela guerra. “Há quem defenda posições severas, uma vez que todos os métodos de negociações teriam se esgotado, por isso a guerra seria o único caminho para restaurar a paz. Mas entendo que ainda há muito espaço para uma saída pacífica”, diz a professora.

 

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Na avaliação de Maristela Basso, o Brasil até agora não foi bem nas negociações para tornar possível a saída de Maduro. “A diplomacia que estamos vendo até agora pelo lado brasileiro não foi bem conduzida, precisa ser mais competente e articulada. Vai demorar mais tempo, mas temos que insistir na conversa. É preciso também colocar na mesa uma alternativa que possibilite a Nicolás Maduro, sua família e seu grupo saírem seguros da Venezuela”

Basso também acredita que seria um equívoco o Brasil ceder seu território para a entrada de militares americanos, seja para uma eventual invasão ou até mesmo aumento da pressão sobre Maduro. “Nosso Exército, nossos militares já mais permitiriam. Seria um equívoco porque tiraria do Brasil a condição de neutralidade da conduta intelectual nas negociações  para o fim da crise”, afirma a professora.

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