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Região MaykonMaykon 26 Fevereiro 2019 (350)

Empreendedoras de sucesso contam como planejamento foi essencial

Donas de negócios que deram certo ouvidas pelo R7 relatam os principais desafios de sair do mercado formal e partir para o próprio empreendimento

Empreendedoras de sucesso contam como planejamento foi essencial

Planejar bem um negócio, com atenção a valores, ao produto e às necessidades do cliente, entre outros itens, é a melhor receita para que a empresa dê certo, avaliam especialistas.  

A experiência da empreendedora Marina Amaral confirma isso. Ela deixou um cargo de liderança em uma multinacional para investir no negócio próprio: um centro integrado de saúde e bem-estar, chamado Auraclara, em São Paulo. Para Marina, o primeiro ano do empreendimento foi traumático. “É como se você estivesse no meio de uma batalha, não sabe de onde o tiro vem.”

 
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Durante a estruturação do projeto, Marina precisava atrair clientes, criar um fundo de caixa, contratar pessoas e diversas outras atividades. “De um ano para frente, você começa a colocar mais energia no que deu mais certo e a entender melhor que decisões tomar.”

No começo, Marina contava com dez clientes e uma faxineira. “A gente não tinha escritório. Eu comecei na raça”, lembra. Marina investiu em um processo de coaching enquanto trabalhava na multinacional e em outro quando resolveu empreender. Para ela, a busca por conhecimento e pelo autoconhecimento foi essencial para criar seu modelo de negócio, fundado em 2014.

Aparecida Amâncio é dona de um bistrô na Mooca, zona leste de São Paulo

Aparecida Amâncio é dona de um bistrô na Mooca, zona leste de São Paulo

Acervo pessoal

Já Aparecida Amâncio deixou o cargo de funcionária em um restaurante para abrir o bistrô Avenida Café no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo. Funcionando há um ano e sete meses, Aparecida diz que a crise econômica foi a maior dificuldade que encontrou, mas já previa isso desde o planejamento da empresa.

“Quando eu abri, estava preparada para viver isso. A crise acabou cortando o lazer das pessoas”, comenta. “Eu acho que você precisa se autoconhecer para identificar o que você vai fazer e o quanto esse negócio vai te inspirar no dia a dia, especialmente quando as coisas ficarem difíceis”, afirma. 

Antes de abrir as portas do bistrô, a empresária focou em aprender mais sobre o setor e buscar sempre novos conhecimentos.

Para Aparecida, o importante foi não agir por impulso e planejar bem os detalhes do negócio. Hoje, investe em mudanças constantes para sempre aprimorar a qualidade dos pratos e serviços dos profissionais do bistrô.

O planejamento detalhado do empreendimento foi o diferencial para os negócios de Marina e Aparecida darem certo. O consultor do Sebrae-SP Kleber Ricardo Guerche afirma que o primeiro passo para um neg

Guerche diz que o plano deve contar todas as informações importantes sobre o negócio, desde qual o serviço ou produto, número de funcionários e valores para avaliar a viabilidade do negócio. O foco é que o planejamento seja feito “sem pressa”, para evitar maiores problemas no futuro.

O professor do MBA em Gestão Empreendedora da UFF (Universidade Federal Fluminense) Breno Paquelet orienta que o empreendedor precisa partir de um problema do consumidor, que pretende resolver, e não apenas de uma “ideia que elas acham genial” para ter mais chances de o negócio vingar.

“Você vai criando seu negócio em cima da necessidade do cliente”, explica. Segundo Paquelet, a partir deste ponto se torna mais fácil montar o negócio, definindo a equipe — que pode começar com apenas uma pessoa, além do espaço de trabalho.

Para Paquelet, a estrutura só deve ser melhorada quando o empreendedor perceber que a empresa está demandando mais.
Começar com uma estrutura muito maior do que o necessário pode comprometer todo o funcionamento do negócio. “Quando ele vai analisar a estrutura de custos dele, está pesada, e [o empreendedor] terá que cobrar um preço alto no produto e serviço. Aí acaba ficando fora de mercado”, diz.

Definida a estrutura física, é preciso ter pessoas que acreditem na causa do negócio. “Provavelmente vão estar mais aptas a passar pelos momentos mais difíceis”, afirma. Paquelet orienta que o empreendedor entenda bem o público alvo antes de lançar o produto ou serviço, conversando com pelo menos 30 pessoas — vale realizar rodadas de entrevistas e até conversar com os amigos.

“As pessoas também têm tendência de avaliar o mercado e fica a impressão de que a solução deles é a melhor. Você não precisa deixar de abrir o negócio porque tem concorrentes, mas tem que conseguir resolver o problema de uma forma que ninguém resolve”, complementa.

O consultor do Sebrae-SP diz que hoje os brasileiros investem em um novo negócio por necessidade e não por oportunidade e, por isso, pulam a etapa do planejamento. “[A pessoa] investe todo o pouco dinheiro que tem em um negócio que não tem as etapas todas pensadas. As coisas vão acontecendo, e ela perde o controle”, afirma.

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